*Miguel G. França
Por que desconfiamos sempre do vendedor? Passei grande parte da minha vida vendendo produtos bancários, necessários e úteis para as pessoas. Porém estas mesmas pessoas não entendem ou não compartilham da mesma opinião, o que me faz refletir e apresentar a vocês minha visão do tema. Uma pessoa precisa de recursos para realizar um sonho, sim um sonho de consumo, bem estar, realização pessoal, etc. Ele pensa: “preciso de empréstimo, vou ao banco falar com o chato do gerente”, que vai me empurrar produtos e pedir um monte de coisas.
Na verdade o gerente só irá tentar suprir uma necessidade, pois este recurso concretiza um sonho acalentado. Este desejo pode ser individual, familiar ou empresarial, e se realiza através da compra de um bem que teria muita utilidade para quem o adquirir. Por que este sentimento se manifesta? Depois de muito refletir, fui ao dicionário buscar as definições das palavras associadas ao assunto, que reproduzo abaixo: Vender: alienar ou ceder por certo preço, negociar com, não conceder gratuitamente, sacrificar por dinheiro ou interesse, trair por interesse, dispor, a troco de dinheiro, do que possui, ou lhe foi confiado, ser vendável, ceder sua própria liberdade por certo preço, deixar-se subornar. Vendido: que se vendeu, subornado. Vendilhão: que significa vendedor ambulante, quem trafica em coisas de ordem moral, no plural escrevemos vendilhões. Portanto, fica evidente que a própria palavra nos induz aos sentimentos ruins de ordem ética e moral, que acabam sendo manifestados através de conflitos de toda ordem nas relações comerciais e interpessoais. Esta constatação que vivencio ainda hoje me motiva a continuar transmitindo conhecimento, força e idealismo aos mais jovens. Você que deseja se tornar profissional de vendas, conselheiro, consultor, representante, ou simplesmente vendedor, não se deve ater a títulos ou nomenclaturas, pois o que realmente vale é exercer essa nobre profissão com ética e respeito às pessoas, atuando como uma pessoa do bem. Saiba se colocar no lugar dos outros, escute, escute muito, entenda a linguagem da outra pessoa, seja capaz de oferecer idéias e soluções úteis, decida sempre pela melhor opção para o outro. Seguindo esses passos o profissional de vendas conquistará e inspirará confiança, por suas atitudes e qualidades. Deixe sua marca pessoal no momento da venda e uma boa lembrança para a outra pessoa, somente assim esse estigma, esta desconfiança existente de que um vendedor e a definição da palavra causam nas pessoas, se diluirão ao longo do tempo com a certeza que:
“As pessoas não gostam que você venda para elas. Mas lembre-se que elas adoram comprar.”
Jeffrey Gitomer
Miguel G. França é palestrante e instrutor, consultor associado da People Training, consultor da Educa, graduado em Administração de Empresas com especialização e MBA em Marketing. Larga experiência profissional no mercado financeiro