Noscilene Santos
Mentora de Carreira e finanças
A crise econômica, amplamente comentada pelos meios de comunicação, abordando o alto preço dos combustíveis que reverbera para outros bens de consumo, além do desemprego: isto despertou em mim um olhar curioso sobre uma das consequências: o alto índice de endividamento dapopulação. Ainda estamos distantes da estabilização econômica. O momento é de alerta e de reorganização financeira.
Se o consumidor continuar a agir como sempre agiu, os resultados continuarão os mesmos de sempre ou poderão piorar. É isso que você quer? Claro que não. Você quer ter rendimento maior do que o mês.
Então, arregace as mangas e comece realizando um check-up em seu orçamento, descubra onde há excessos e corte. Analise os seus rendimentos, você ganha o quanto merece? As despesas estão superando os ganhos mensais? Você reconhece em si, outra habilidade que poderia gerar renda extra?
Os motivos que nos levam ao consumo são infinitos, parte deles, essenciais, como: moradia, alimentação, vestuário, saúde, educação, transporte. Entretanto, mesmo se tratando de necessidades básicas, deve-se adequar os gastos a realidade financeira. É prudente gastar menos do que se ganha, para alcançar o equilíbrio financeiro e poder desfrutar de outros prazeres que fazem parte da vida.
Vale lembrar que em momentos de crises o foco, geralmente, está voltado para o problema e não para a solução. Pessoas reclamam do patrão, do cliente, do governo, da pandemia… Vivem com o emocional abalado. Se tornam intolerantes, estressadas e ansiosas, o peso sobre os ombros não permite erguer a cabeça e enxergar novas oportunidades.
Fato é que nas salas de aula não aprendemos os princípios básicos da organização financeira, aprendemos matemática, é verdade, mas não o suficiente para sabemos administrar ganhos e gastos. Mais tarde, na faculdade, alguns aprenderam contabilidade, economia e a maioria continua leiga na gestão do orçamento doméstico. Então, o que falta?
Talvez, falta analisar o relacionamento com dinheiro desde a infância, buscar na memória as palavras pronunciadas por seus pais referentes ao dinheiro e descobrir qual é o impacto desse aprendizado em sua vida atual. Deve, também, entender como as emoções estão interferindo nas tomadas de decisões. É muito importante observar o seu comportamento no ato da compra. Nossa mente produz imagens, sentimentos e pensamentos. Reflita sobre o que você vê, ouve e sente, antes de assinar contratos, passar cartões de crédito ou incluir mais um boletonas contas a pagar.
O habito de consumir por emoção pode ser mudado. Antes de decidir finalizar uma compra, questione a si mesmo, isto é importante para mim ou para minha família, agora? Eu planejei comprar este produto? Está dentro das minhas prioridades? Qualquer resposta diferente de SIM, significa que não deve finalizar a compra.
A ansiedade é uma das sensações responsável por descontroles emocionais, por exemplo, nos leva a comer mais, gastar mais, perder a paciência e a agir por impulso. Aprender a controlá-la é ocaminhopara o bem-estar.
Existe um exercício fácil e útil para controlar a ansiedade, trata-se do nosso principal combustível, a respiração. Respirar conscientemente nos remete ao momento presente, aqui e agora, sem preocupações com o passado e nem com o futuro. É no presente que vivemos a realidade. Em estado de presença, corpo e mente ocupando o mesmo espaço, é o melhor momento para pegar papel e caneta e diagnosticar a situação financeira atual. Coloque de um lado os ganhos e do outro as despesas fixas, paralelamente, faça a lista das despesas variáveis. Qual o sentimento ao visualizar o seu mapa financeiro? O que percebe em seu mapa? Identifique uma pequena ação que possa gerar um bom resultados e faça o que há pra ser feito, já!
Reduzir despesas é um bom ponto de partida. Outra ação é quitar dívidas em cartões de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais, para eliminar juros, correções monetárias e multas. Procure seus credores e negocie as dívidas. Estabeleça uma meta: Qual é o prazo necessário para colocar em ordem a minha vida financeira? Planeje o seu dia-a-dia e em pouco tempo terá o salário maior do que o mês, poderá contar com reservas para investir em lazer, cultura e segurança, afinal não é só de trabalho que se vive.
Há vários caminhos para obter orientação financeira, as livrarias dispõem de uma infinidade de títulos sobre esse tema, existem cartilhas desenvolvidas por instituições financeiras e órgãos de defesa do consumidor, gratuitas, além de cursos e mentoras financeiras.
Venha para a trilha da prosperidade!
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