Inteligência emocional – o que se ganha com isso?

“…capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos.” (Goleman, 1998)

“[…] Identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros […]”. A propósito, como você se comporta quando sai de casa para o trabalho e o trânsito está travado? Observar a própria fisionomia e a das outras pessoas nesse contexto é excelente exercício de avaliação da inteligência emocional. O que se vê, em geral, são expressões caídas, cenho franzido, olhar tedioso e para evidenciar o mau humor, basta levar aquela fechadinha… de imediato o vidro do carro desce, palavras de baixo calão são esbravejadas. Caso o outro indivíduo esteja na mesma sintonia, aquilo é motivo suficiente para a agressividade. Podemos pressupor, nesse caso, que a ausência de Inteligência Emocional afetará o desempenho pelo resto do dia.

Na década de noventa o tema Inteligência Emocional foi amplamente difundido por meio do livro de autoria de Daniel Goleman, apresentando estudos sobre as emoções e como elas movem as pessoas.

Segundo o autor, a I.E. é a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos. Goleman, considerou que parte das situações vividas no ambiente de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas. Diante disso, pessoas dotadas de qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão e gentileza têm mais chances de serem bem sucedidos.

Para ele, a inteligência emocional está categorizada em cinco habilidades:

  1. Autoconhecimento Emocional – reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando ocorrem;
  2. Controle Emocional – lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida;
  3. Auto motivação – dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal;
  4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas – reconhecer emoções no outro e empatia de sentimentos; e
  5. Habilidade em relacionamentos interpessoais – interação com outros indivíduos utilizando competências sociais.

As cinco categorias definidas pelo autor, apontam o quanto somos responsáveis pelos próprios comportamentos e resultados obtidos nas mais variadas áreas da vida e da profissão.

Em minha visão, dentre todas as emoções, a raiva, o medo e a ansiedade, são as mais danosas. Elas podem causar dores profundas. Normalmente, pessoas em estado emocional alterado agem ou reagem sem pensar nas consequências. Nota-se, no ambiente de trabalho, pessoas subordinadas evitando a dor ou a rejeição, numa forma de blindagem. Elas fogem em vez de enfrentarem emoções de seu superior hierárquico que possam afetar o falso bem-estar, em outras palavras por medo de perderem o emprego. O resultado desse comportamento é o acúmulo de mágoas, ressentimentos e a sensação de insatisfação pessoal.

Lideranças emocionalmente inteligentes, são hábeis em controlar as emoções, tornando-as úteis para estimular seus colaboradores a desempenharem suas atividades com entusiasmo e espírito de equipe. Também, possuem a capacidade de criar atmosfera favorável frente à diversidades. Isto porque experimentam as próprias emoções, sentem o reflexo delas em suas atitudes e assim dominam o ímpeto de agirem por instinto.

Um bom exemplo, é quando o líder tira proveito da emoção da raiva, usando o impulso natural dela para ser mais enfático e assertivo na gestão de conflitos, em vez de sair procurando culpados, acusando quem quer que seja pelo erro. Em consequência, o líder emocionalmente inteligente é admirado e respeitado por seus colaboradores.

A chave para adquirir essa competência é tomar consciência das emoções, reconhecer e acolher os sentimentos consequentes delas. É fundamental aprender a ter autocontrole e entender a reação de outras pessoas. Deve-se, ainda, avaliar os impactos de ações guiadas por impulso. Compreender que cada um é responsável por suas decisões.

Enfim, para ser líder emocionalmente inteligente, o primeiro passo é aceitar que todas as emoções lhe servem. O segundo, é mudar suas convicções a respeito delas. Entender que elas são importantes e valiosas no contexto apropriado. Com isso, até o comportamento no trânsito vai mudar, o indivíduo ampliará a capacidade de dominar suas emoções e obterá ganhos visíveis nos relacionamentos afetivos, profissionais e sociais.

Noscilene Santos, Coach Internacional, Palestrante, Autora do Manual Prático de Coaching-ferramentas para potencializar competências de liderança, Coautora do livro Ser Mais com PNL, Apresentadora do programa A Hora do Coaching na webtv – www.clictv.uol.com.br

noscilene.santos@peopletraining.com.br – twitter: Noscilenesan

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